Como funcionam os mecanismos de proteção de investimentos, como o FGC, Fundo Garantidor de Créditos?

29 de out. de 2025

Andy de Santis, CFP®, responde:

Quando falamos em planejamento financeiro, uma dúvida comum é: "meu dinheiro está protegido?"

No Brasil, um dos principais mecanismos de proteção para investidores e poupadores é o Fundo Garantidor de Créditos (FGC). Conhecer seu funcionamento é essencial para tomar decisões mais seguras, especialmente com o apoio de um planejador financeiro certificado CFP®, que pode te  guiar na construção de um patrimônio sólido e protegido.

O FGC é uma entidade privada, sem fins lucrativos, criada para garantir a devolução de valores aplicados caso uma instituição financeira entre em processo de falência, liquidação ou intervenção. Ele funciona como um “seguro” que protege parte do seu dinheiro investido em produtos bancários.

Entre os produtos financeiros cobertos pelo FGC, estão a conta corrente, a caderneta de poupança os CDBs (Certificados de Depósito Bancário), RDBs (Recibos de Depósito Bancário), Letras de Câmbio, Letras Hipotecárias, LCIs (Letra de Crédito Imobiliário) e LCA (Letra de Crédito do Agronegócio), além de operações compromissadas com títulos emitidos pelo próprio banco.

Para que tenham a cobertura ativa, essas aplicações precisam estar registradas no seu nome e feitas em instituições associadas ao FGC.

Mas há um limite de valores para essa cobertura, que é de até R$ 250 mil por CPF (ou CNPJ), por instituição ou conglomerado financeiro, com um limite global de R$ 1 milhão a cada quatro anos.

Exemplo: se você tiver R$ 200 mil em CDBs e R$ 50 mil na poupança do mesmo banco, está totalmente coberto. Se tiver no total R$ 300 mil, apenas R$250 mil serão garantidos.

É importante lembrar que instituições pertencentes ao mesmo grupo econômico são consideradas um único conglomerado. Ou seja, investimentos em bancos diferentes, mas do mesmo grupo, compartilham o limite de cobertura.

Para contas conjuntas, o valor garantido é dividido entre os titulares. Já no caso de contas vinculadas a CPF e CNPJ diferentes, cada uma tem direito à cobertura individual de até R$ 250 mil.

Então, vale o reforço: há investimentos que o FGC não cobre. Entre eles estão os fundos de investimento (ações, multimercado, renda fixa), ações, debêntures, ETFs, BDRs, Tesouro Direto (apesar de ser considerado um título seguro, não tem proteção do FGC), previdência privada (PGBL e VGBL), COEs (Certificados de Operações Estruturadas), criptomoedas e produtos de fintechs não bancárias.

Esses ativos podem fazer sentido na estratégia de diversificação, mas devem ser compreendidos quanto ao risco de crédito, liquidez e ausência de garantia. Por isso, é essencial saber em qual produto investir, qual o seu perfil de risco e qual o objetivo de cada aplicação.

Além do FGC, existem mecanismos adicionais de proteção no Brasil, como o FGCoop (voltado às cooperativas de crédito) e fundos de proteção dos participantes de previdência complementar (como o Fundo Especial de Reserva, da Previc).

No mercado de capitais, não há um “fundo garantidor” como no caso do FGC. No entanto, há regulamentações da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e da B3, a bolsa de valores, que promovem a segurança das operações, como a segregação patrimonial dos ativos mantidos nas corretoras.

Mas lembre-se: a alocação dos seus recursos precisa levar em conta objetivos de curto, médio e longo prazo, além do seu perfil de risco e da necessidade de segurança e liquidez. Um planejador financeiro certificado CFP® é o profissional ideal para ajudar você a montar uma estratégia que considere proteção patrimonial, diversificação de ativos e instituições financeiras, planejamento de liquidez para emergências ou metas específicas e o crescimento sustentável e consistente do seu patrimônio.

Além do conhecimento técnico, esse profissional também considera os aspectos comportamentais, ajudando você a tomar decisões mais conscientes e alinhadas com a sua realidade.

Saber quais investimentos estão protegidos pelo FGC, seus limites e suas exceções é essencial para proteger o que você já conquistou. Mas, tão importante quanto o conhecimento, é ter um profissional ao seu lado que entenda o contexto completo da sua vida financeira.

Contar com um planejador financeiro é investir não só em estratégias, mas também em tranquilidade e segurança. Afinal, o que está em jogo não são só números, são seus projetos, sua família e sua liberdade

Andy de Santis é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar - Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: contato@andydesantis.com.br

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Confira a publicação original do artigo: Época Negócios