
Qual é o impacto real das taxas bancárias nas contas digitais “gratuitas?"
5 de nov. de 2025
Otavio Fiuza, CFP®, responde:
Contas digitais ampliaram o acesso a serviços financeiros no Brasil. Abrir e encerrar conta pelo app, pagar contas e boletos, transferir por Pix e TED, usar cartão, sacar em redes compartilhadas e consultar extratos viraram tarefas feitas sem depender de agência. Esse avanço, porém, vem com regras: “gratuito” não significa custo zero em qualquer uso. Em geral, a gratuidade cobre serviços essenciais, com franquias mensais e operações em canais eletrônicos. Fora dessas condições, podem existir tarifas e tributos previstos em contrato e nas tabelas públicas. Entender essa lógica é o primeiro passo para avaliar o benefício real das contas digitais sem surpresas.
Há tarifas quando as franquias gratuitas são extrapoladas ou quando usamos certos canais. Saques além do limite mensal de serviços essenciais e saques em redes compartilhadas costumam ser cobrados por evento. Extratos impressos, segunda via de cartão e atendimento presencial também podem gerar custos. No Pix, a regra para pessoas físicas é a gratuidade para enviar e receber, com exceções do Banco Central: pode haver cobrança quando o cliente usa atendimento presencial, havendo canal eletrônico disponível, ou quando o recebimento tem natureza comercial recorrente. Pessoas jurídicas podem ser tarifadas conforme a política da instituição.
Outros custos nascem do crédito e das operações no exterior. Se a fatura do cartão não é quitada integralmente, entram juros de atraso, multa e o custo do parcelamento. Esses encargos constam do contrato e devem ser comparados com alternativas de crédito. Em compras e saques internacionais, incide IOF (imposto federal) e pode existir spread cambial, isto é, a diferença entre uma cotação de referência e a taxa efetiva usada na conversão.
Na prática, valores pequenos e recorrentes se acumulam e corroem o orçamento. Saques fora da franquia, alguns boletos de cobrança e um parcelamento eventual podem somar dezenas de reais no mês e centenas no ano. Para transformar esse risco em previsibilidade, incorpore essas variáveis ao planejamento financeiro: leia contrato e tabela de tarifas antes de usar cada recurso, monitore o extrato no aplicativo, programe alertas e confirme regras e isenções. Uma técnica útil é mapear por 90 dias o padrão de uso e, a partir daí, escolher o pacote e os limites que melhor se ajustam ao comportamento da família.
Boas práticas reduzem despesas sem perder conveniência: priorizar canais eletrônicos, preferir extratos digitais, concentrar saques dentro da franquia, evitar o crédito rotativo e evitar parcelamentos.
Quando a situação exigir maior rigor metodológico, o apoio de um planejador financeiro certificado pode quantificar custos, comparar alternativas e organizar decisões de forma objetiva e alinhada às metas da família. É orientação técnica e educativa, sem caráter comercial, que ajuda a estruturar o orçamento, definir limites por serviço, escolher o pacote mais adequado e criar rotinas de acompanhamento, reforçando a disciplina do planejamento financeiro.
Otavio Fiuza é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar – Associação Brasileira de Planejamento Financeiro.
Email: otavio_ofn@icloud.com
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