
Quais estratégias de investimentos podem ajudar a reduzir a base de cálculo do IR no próximo ano?
8 de abr. de 2025
bruno Witt, CFP®, responde:
Com a proximidade do período de declaração do Imposto de Renda, muitos se perguntam: como reduzir a tributação de forma legal? No entanto, um planejamento tributário eficiente deve ser feito ao longo do ano, não apenas na última hora. Neste artigo, apresentamos estratégias que podem ser implementadas agora para reduzir sua base de cálculo do Imposto de Renda e otimizar sua carga tributária.
A base de cálculo do Imposto de Renda é determinada pela soma de todas as fontes de renda (salários, proventos, aluguéis, aposentadoria e pensão alimentícia), subtraindo-se as despesas dedutíveis. As despesas dedutíveis previstas na legislação incluem gastos com dependentes, saúde, educação, previdência, pensão alimentícia e livro-caixa. Também existem as chamadas deduções incentivadas, como doações para fundos dos direitos da criança e do adolescente e da pessoa idosa, que reduzem diretamente o imposto devido. Vale lembrar que essas deduções só podem ser utilizadas quando a declaração do Imposto de Renda for feita no modelo completo.
Uma das principais ferramentas para reduzir a base de cálculo do imposto é o plano de previdência do tipo PGBL. Esse plano permite ao investidor acumular recursos para garantir maior segurança financeira na aposentadoria. Além disso, oferece um incentivo fiscal: as contribuições podem ser utilizadas para deduzir até 12% da renda bruta anual. O PGBL também é uma opção eficiente para sucessão patrimonial, uma vez que os valores investidos não entram no cálculo de heranças.
Ao optar por planos de previdência, é essencial entender os regimes tributários. O Regime Progressivo é adequado para quem resgata valores baixos e não tem outras fontes de renda, pois a alíquota segue a tabela do IR. Já o Regime Regressivo é ideal para quem mantém investimentos por longo prazo, pois a alíquota começa em 35% e pode cair para até 10% após 10 anos de permanência. Caso vá resgatar um grande volume, planeje os saques para evitar picos de tributação.
Não se esqueça: cada dependente pode gerar uma dedução de até R$ 2.275,08, por isso, é importante fazer o registro. No entanto, suas rendas são somadas às do declarante, o que pode não ser vantajoso caso o dependente tenha uma renda elevada.
Os gastos com saúde, incluindo pagamentos a planos de saúde, podem ser declarados sem limite para redução de imposto. Pagamentos feitos a hospitais, terapeutas, dentistas, psicólogos, médicos, fisioterapeutas e outros profissionais de saúde, tanto para o declarante quanto para seus dependentes, são dedutíveis. Os valores pagos com educação também podem ser deduzidos, com um limite anual de até R$ 3.561,50. Esse montante inclui apenas valores pagos a instituições de ensino.
Toda despesa informada na declaração deve ser comprovada por documento fiscal que contenha: nome, endereço, CPF ou CNPJ do prestador do serviço, identificação do pagador, de quem recebeu o serviço, data de emissão e assinatura do prestador (caso não seja um documento fiscal oficial). Portanto, manter uma organização rigorosa desses documentos é essencial para garantir o máximo de benefício na declaração.
Essa organização também é essencial para quem investe na Bolsa de Valores. Mesmo que o investidor não seja obrigado a declarar, consolidar os resultados é fundamental, pois prejuízos acumulados podem ser compensados com lucros futuros. Não há um prazo máximo para essa compensação, mas o registro deve ser feito anualmente para que a Receita Federal possa acompanhar e autorizar o desconto. A compensação de prejuízos deve ser feita dentro da mesma categoria de operação: prejuízos em day trade podem ser abatidos apenas de lucros em day trade, enquanto prejuízos em operações comuns (swing trade e posição) só podem ser compensados dentro dessa mesma modalidade.
Investidores de longo prazo (holders) podem se beneficiar da isenção de imposto sobre ganhos de capital em vendas de ações de até R$ 20 mil no mês. Ao vender até esse limite e recomprar as ações, o investidor pode aumentar seu preço médio de aquisição, reduzindo o impacto tributário no futuro. Para que essa operação não seja caracterizada como day trade, pode-se utilizar duas corretoras diferentes, negociar ações PN e ON da mesma empresa ou vender em um dia e recomprar no dia seguinte.
O planejamento fiscal deve ser uma prática contínua, assim como os investimentos. Pequenas ações ao longo do ano podem resultar em grandes economias no futuro. Implementar essas estratégias desde já garantirá não apenas uma tributação mais eficiente, mas também um maior controle sobre sua vida financeira.
Bruno Witt é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar - Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: bruno.witt@hotmail.com
As respostas refletem as opiniões do autor, e não do site ÉpocaNegócios.com ou da Planejar. O site e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

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