
O que é DeFi, como funciona e quais os riscos?
15 de set. de 2025
Carolina Roveda, CFP®, responde:
O aparecimento das finanças descentralizadas está intimamente ligado à evolução da tecnologia, assim como a maioria das novidades dos últimos anos. Criadas com o objetivo de tornar os serviços financeiros mais acessíveis, transparentes, reduzir taxas e retirar intermediários das transações, hoje já são responsáveis pela transação de alguns bilhões de dólares.
Mas vamos entender como elas funcionam. Conhecidas pela sigla DeFi, essas transações são executadas utilizando a tecnologia Blockchain, que é uma base de dados descentralizada que permite a transferência, o registro e rastreio das informações digitais por meio de criptografia. É essa tecnologia que confere a característica de segurança para esse tipo de transação, uma vez que não existem intermediários e os registros das transações precisam ser feitos.
Grande parte dos acordos feitos nas finanças descentralizadas utiliza-se de smart contracts, ou seja, contratos que utilizam a tecnologia blockchain para assegurar para ambas as partes os acordos firmados, eliminando, assim, a necessidade de um intermediário. A rede mais utilizada é a Ethereum.
Mas afinal, quais são as aplicações práticas que podem ser feitas utilizando essa tecnologia? Existem as Exchanges Descentralizadas, que são plataformas de negociação de criptoativos, onde as partes podem fazer as negociações usando como base os smart contracts e sem a ação de intermediários. Para que as transações aconteçam, é importante que ambas as partes tenham carteiras digitais, que servem para armazenar e transferir criptoativos.
Outra aplicação das DeFi são os Empréstimos. Assim como em instituições tradicionais, têm como objetivo possibilitar que os usuários peguem empréstimos em criptoativos, usando os que já possuem como garantia. A liquidez é gerada pelos próprios usuários, que depositam os criptoativos nos chamados liquidity pools. Hoje esse mercado já possui mais de US$ 80 bilhões em valor total bloqueado.
Além dos riscos naturais atrelados a qualquer investimento, como volatilidade, liquidez e contraparte, e apesar de se falar muito em segurança desses sistemas, as finanças descentralizadas ainda apresentam outras fragilidades. Podemos separar esses riscos adicionais em dois grupos: os riscos ligados à tecnologia e os que estão ligados à regulação.
Quando se fala em tecnologia, esse tipo de transação está exposto ao risco de ataques cibernéticos que podem não só desviar os ativos das transações como também roubar os dados dos usuários. No início de sua utilização, um hacker explorou uma falha e com isso conseguiu embolsar em torno de US$ 50 milhões. Além disso, está também exposta às vulnerabilidades da tecnologia dos contratos (smart contracts) que, se apresentarem falhas, podem gerar perdas financeiras para os envolvidos.
Apesar de já estar no mercado há mais de 10 anos, as DeFi ainda não possuem um sistema robusto de regulação bem definido. Isso traz mais riscos aos investidores, que possuem como segurança apenas o contrato firmado com a contraparte. Contudo, isso não significa que elas sejam ilegais e que não haja um movimento para buscar regular melhor esse mercado, sem tirar a sua essência, que é a descentralização.
Mas como de praxe, vale aquela velha dica: para que a jornada de investir seja prazerosa é importante respeitar o perfil de investidor e, sempre que houver dúvidas, contar com um profissional especializado.
Carolina Roveda é planejadora financeira pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar - Associação Brasileira de Planejamento Financeiro.
E-mail: cacasmr@gmail.com
As respostas refletem as opiniões do autor e não do jornal Valor Econômico ou da Planejar. O jornal e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações. Perguntas devem ser encaminhadas para: consultoriofinanceiro@planejar.org.br

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