
No bolso, quais realmente são as diferenças entre os escritórios de investimentos e os bancos tradicionais?
13 de mai. de 2025
Ivan Viana, CFP®, responde:
A história por trás dos escritórios de agentes autônomos no Brasil caminha para completar seu primeiro quarto de século. Mas o boom, mesmo, se deu em 2017, quando a Itaúsa comprou quase metade do capital social da XP, expandindo o mercado de assessorias financeiras e tornando-o o principal competidor dos bancos.
O diferencial inicial
Nos últimos 20 anos, muitos bancos desenvolveram áreas de atendimento e distribuição de produtos financeiros para clientes endinheirados – os chamados clientes private. Paralelamente a esse movimento, clientes não tão endinheirados, mas com potencial e recursos relevantes, passaram a receber atenção especial e a ser chamados de “clientes de alta renda”.
Alguns bancos desenvolveram a chamada “arquitetura aberta”: uma ampla grade de investimentos – muitas vezes de outros gestores e bancos – como um diferencial, garantindo, frequentemente, opções mais atraentes em termos de risco e retorno aos seus clientes, comparativamente às alternativas da própria instituição.
As assessorias de investimento, com um modelo de distribuição amplo “de nascença”, por sua própria natureza, costumam estar um passo à frente dos bancos. Anteciparam e aceleraram esse processo de distribuição de produtos de terceiros, forçando-os a rever seus modelos.
Como é hoje?
A maioria dos escritórios de investimento deixou de ser apenas “de investimento” e passou a funcionar como extensões das agências bancárias, com pequenas restrições, como a inexistência de caixas ou terminais de atendimento. No mais, é oferecida uma grande variedade de serviços financeiros, tal como nos bancos. A exceção continua sendo a maior amplitude de investimentos à disposição dos clientes.
O ponto-chave
Nos primeiros anos pós-boom das assessorias, o argumento mais explorado foi que essas empresas são imparciais e não possuem o viés de venda de produtos, como ocorre nos bancos. Esse argumento, somado à ampla oferta de produtos financeiros para todos os perfis de investidor, acabou sendo o motor da expansão do setor.
Atualmente, devido à maior transparência que o mercado vem exigindo e às movimentações normativas promovidas por órgãos como a CVM e a Anbima, os clientes passaram a ter mais clareza sobre os valores envolvidos na remuneração, tanto dos investimentos bancários quanto daqueles realizados pelos agentes autônomos. Foi o que vimos recentemente com a publicação da Resolução CVM 179, também conhecida como “resolução da transparência”.
Os escritórios, em geral, oferecem um atendimento mais personalizado e costumam construir relacionamentos de longo prazo com os clientes, adaptando estratégias conforme as necessidades e objetivos individuais. Nos bancos, o atendimento tende a ser mais impessoal, com foco maior em produtos padronizados e serviços em massa.
No bolso: onde investir?
Para um investidor comum, o que mais importa é ver seu patrimônio crescer. Muitos não tiveram acesso à educação financeira ou a um planejamento pessoal com um profissional CFP®, o que dificultou o entendimento mais aprofundado dos mistérios das finanças. Nesse sentido, reduzir os custos acaba sendo tão ou mais importante do que obter um retorno diferenciado.
Bancos, por definição, garantem boa parte de sua rentabilidade por meio da cobrança de tarifas bancárias e estas, para a maioria da população – com exceção dos clientes endinheirados –, não são passíveis de isenção. É importante também considerar as taxas envolvidas em investimentos, como fundos e previdência privada, que tendem a ser mais altas do que nas assessorias.
Contudo, usando a mesma lógica da diversificação em investimentos, talvez não concentrar seus recursos em uma única instituição, seja ela um banco ou uma assessoria, seja a melhor decisão financeira a tomar. E é fundamental ter em mente que sempre haverá um profissional, alguém com quem você se relacionará – talvez por muito tempo. Por isso, que seja um “casamento” bem pensado.
Para ajudar nessa organização financeira imparcial dos seus investimentos, conte sempre com um profissional CFP®, um planejador financeiro que auxiliará na alocação de seus recursos, de acordo com suas necessidades e objetivos.
Ivan Luiz de Almeida Vianna é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar - Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: ivanlvianna@gmail.com.
As respostas refletem as opiniões do autor, e não do site ÉpocaNegócios.com ou da Planejar. O site e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

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