Gasolina ou etanol: qual a melhor escolha para seu carro e seu bolso?

O planejamento financeiro já começa na busca por formas de economizar e até mesmo fazer sobrar dinheiro no final do mês. Sabemos que muitos precisam fazer malabarismos e tentam encontrar aquela fórmula mágica. Um exemplo é na hora de abastecer o carro: há pessoas que preferem ter um veículo bicombustível, conhecido como carro Flex, justamente para poder ter a liberdade de escolha entre os dois combustíveis.

E quando se está diante da placa do posto, aquela que mostra os valores do preço de cada combustível, deve surgir aquela dúvida: qual será que vai compensar mais, qual terá melhor autonomia e qual irá impactar menos no meu orçamento?

Há uma ferramenta simples para ajudar nessa escolha: a regra dos 70%.

Essa regra foi criada em meados dos anos 2000, quando surgiram os primeiros veículos bicombustíveis no

Brasil. A regra dos 70% se baseia em uma diferença fundamental: o etanol tem, em média, 30% menos eficiência energética que a gasolina, ou seja, o carro precisará de 30% a mais de etanol para percorrer a mesma distância.

Além desse aspecto técnico, há também o aspecto ambiental. O etanol é uma fonte de energia renovável, produzido a partir da cana-de-açúcar, com uma combustão mais limpa e menor emissão de poluentes, reduzindo assim os impactos ambientais. Ao contrário da gasolina, que é um combustível fóssil derivado do petróleo. Isso faz com que alguns motoristas prefiram o etanol não apenas pelo preço, mas também por questões de sustentabilidade.

Agora vamos apresentar dados concretos. No Brasil, segundo a ANP (Agência Nacional do Petróleo), o preço médio da gasolina comum está em R$ 6,21 por litro, enquanto o etanol custa em média R$ 4,16 por litro.

Para determinar qual combustível oferece melhor custo-benefício, aplicamos a fórmula:

Preço da gasolina × 0,70 = Preço limite do etanol. No exemplo citado: R$ 6,21 × 0,70 = R$ 4,35.

Como o preço médio do etanol (R$ 4,16) está abaixo do valor limite calculado (R$ 4,35), a escolha mais econômica seria o etanol. Quando o preço do etanol superar 70% do valor da gasolina, torna-se mais vantajoso financeiramente optar pela gasolina.

Esse cálculo pode ser feito rapidamente pelo motorista e, se usado toda vez que for abastecer, no longo prazo fará uma grande diferença.

Escolher bem o combustível é importante, mas isso apenas não basta. O consumo também dependerá das manutenções preventivas: filtros sujos e óleos vencidos, por exemplo, comprometem o desempenho do motor e aumentam o gasto. Incluir no seu planejamento financeiro as revisões de seu veículo irá evitar surpresas desagradáveis, como consertos emergenciais que costumam sair bem mais caros que as manutenções programadas e furar o orçamento planejado.

Outro fator que pode influenciar a performance do veículo será a forma como ele é conduzido. No trânsito urbano, com paradas, redução de velocidade e arrancadas constantes, o consumo de combustível tende a ser mais alto do que em rodovias, onde há uma constância na velocidade. Dirigir de maneira suave, respeitando os limites, sem acelerações bruscas ou frenagens desnecessárias, além de ser mais seguro, traz economia imediata.

Na próxima ida ao posto de combustíveis, vale utilizar regra dos 70% como guia, sempre lembrando  que a economia não vai depender apenas do preço na bomba do posto. Acompanhar os preços da sua região, manter a manutenção do veículo em dia e adotar uma direção mais consciente são atitudes que completam o ciclo de eficiência.

Somar esses cuidados é o que realmente garante economia e contribui para que sobre dinheiro no final do mês. Fazer planejamento financeiro é exatamente isso: a soma de pequenas decisões inteligentes que, juntas, constroem um resultado maior e sustentável.

Sidnei Lima é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar - Associação Brasileira de Planejamento Financeiro.
Email:sidneil@ymail.com

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