
Quais custos fixos um autônomo ou MEI deve considerar no orçamento mensal?
13 de ago. de 2025
Erwin Andrade, CFP®, responde:
O desenvolvimento de uma atividade como profissional autônomo ou como microempreendedor deve demandar alguns cuidados especiais, seja para quem está começando sua carreira, fazendo uma transição, expandindo as atividades ou mesmo adequando sua estrutura por conta de alguma conjuntura em especial.
Por exercer uma atividade que, como regra geral, tende a envolver alguns riscos maiores em comparação com outras formas de contratação, o profissional autônomo ou microempreendedor deve ser prudente na hora de orçar os custos de sua atividade profissional, especialmente caso ainda não tenha atuado nesta modalidade.
Em tal contexto, os custos fixos representam uma parte muito importante em qualquer ramo de atividade. Conceitualmente, são fixos aqueles custos que não variam de acordo com o volume da operação e, por isso, tendem a se manter estáveis durante períodos mais longos. É por meio de um olhar atento para este item que os profissionais poderão dimensionar adequadamente quando deverão desembolsar de forma mínima para manter a atividade “em pé”, mesmo que não haja faturamento.
Em um primeiro momento, devemos nos atentar para os tributos e para as taxas profissionais. Previdência Social (seja na opção do recolhimento simplificado ou não), taxas devidas aos conselhos e órgãos de classe, impostos, licenças e alvarás municipais ou estaduais devem ser incluídos considerando seu impacto mensal, ainda que o pagamento se dê em outra periodicidade.
Custos relacionados ao espaço de trabalho como aluguel e taxas condominiais também devem ser incluídos, tanto para quem atua em alguma sala comercial, coworking ou mesmo para quem trabalha de casa, caso em que podemos considerar como um percentual dos custos domésticos destinados ao espaço imóvel utilizado.
Não podemos nos esquecer de incluir serviços essenciais como um plano de internet, softwares para computador e aplicativos de smartphone (o que inclui tanto as ferramentas profissionais direcionadas à execução da atividade quanto aqueles necessários às rotinas administrativas e financeiras).
Custos com assessoria de marketing, hospedagem de site e anúncios pagos também são muito importantes e muitas vezes são subdimensionados pelos profissionais. Em alguns ramos de atuação pode ser necessário possuir um contador ou advogado especializado, de modo que os custos recorrentes com esse tipo de assessoria não podem ser ignorados.
Para profissionais cuja visita aos clientes seja uma prática recorrente, é importante incluir os valores relativos a transporte, seguro automotivo e manutenção veicular.
Além disso, dimensionar um pró-labore da atividade, uma espécie de “salário fixo” básico, pode ser importante para ajudar a separar as finanças pessoais daquelas relacionadas à execução da atividade profissional propriamente dita - algo que é sempre desejável, especialmente para profissionais autônomos e microempreendedores.
Caso o profissional ainda não tenha formado sua reserva de emergência, recomendo incluir no orçamento a destinação de aportes mensais à reserva, a qual deverá ser dimensionada de acordo com seus custos e com as características da atividade profissional. Trata-se de um colchão que dará mais segurança ao lidar com sazonalidades.
Também não devemos subestimar a importância dos seguros de vida e daqueles destinados a coberturas profissionais específicas. São eles que darão proteção necessária aos profissionais e às suas famílias no caso de algum infortúnio.
É fato que muitas pessoas possuem dificuldades com a administração de suas finanças pessoais por conta de ideias e conceitos que ouviram ao longo de suas vidas. Para muitas pessoas, lidar com organização financeira pode trazer sensações desconfortáveis e o uso de planilhas ou do “bom e velho caderninho” pode não ser o melhor para todos. De toda forma, adotar uma “contabilidade mental” pode nos levar a algumas armadilhas e devemos evitar essa prática.
Neste caso, o uso da tecnologia pode ser uma alternativa: graças ao open banking e aos modernos softwares de planejamento financeiro, temos presenciado que muito mais pessoas têm conseguido acompanhar suas finanças com mais cuidado, de forma mais prática e leve.
Erwin Andrade é planejador financeiro pessoal e possui a certificação CFP® (Certified Financial Planner), concedida pela Planejar - Associação Brasileira de Planejamento Financeiro. E-mail: erwin_andrade@icloud.com
As respostas refletem as opiniões do autor, e não do site ÉpocaNegócios.com ou da Planejar. O site e a Planejar não se responsabilizam pelas informações acima ou por prejuízos de qualquer natureza em decorrência do uso destas informações.

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